Memorial Virtual

O Memorial da Balaiada:

Lugar de Construção de Conhecimento Histórico a partir do Patrimônio Histórico Cultural musealizado.

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"O Memorial da Balaiada: Lugar de Construção de Conhecimento Histórico a partir do Patrimônio Histórico Cultural musealizado"

Memorial Virtual

Este espaço virtual é fruto do mestrado Profissional em Ensino de História pela Universidade Federal do Pará e da dissertação “O Memorial da Balaiada: Lugar de Construção de Conhecimento Histórico a partir do Patrimônio Histórico Cultural musealizado” da professora- pesquisadora Rosângela de Oliveira Duarte orientada pela professora Dra. Sidiana da Consolação Ferreira de Macêdo.

É um espaço que tem o objetivo de oportunizar a professores e alunos experiências de aprendizagem mediadas pelo patrimônio histórico cultural do Museu Memorial da Balaiada, localizado em Caxias, no ambiente virtual. O tour pelo Memorial é uma perspectiva de interação diferente da visitação física, com predomínio da linguagem digital. Poderá ser explorado os objetos, as esculturas dos líderes balaios, as ruínas do forte e o busto de Duque de Caxias. O acervo eclético possibilita múltiplas perspectivas de ensino e aprendizagem na disciplina, é um lugar de referência para pesquisar sobre a balaiada; debater a memória construída sobre os balaios, levantar problemáticas histórica a partir dos objetos, discutir o conceito de fonte histórica, produção do conhecimento histórico e problematizar a relação entre museu, memoria, patrimônio e história. O próprio conceito de museu pode ser problematizado, levando em consideração a modalidade virtual desses lugares, assim como o de patrimônio.

Estão disponível neste site:

  • Orientações metodológicas;
  • Breve resumo sobre a Guerra da Balaiada;
  • Museu memorial da Balaiada;
  • Tour virtual do Memorial da Balaiada.

O Museu Memorial da Balaiada

Mobirise

O Museu Memorial da Balaiada, inaugurado em 2004 está localizado na cidade de Caxias no leste maranhense. É definido como um centro educativo cultural, formado pelas ruínas do forte remanescente do século XIX, pelo museu escola e por um centro de documentação. O centro de documentação funciona como biblioteca, possui em seu acervo documentos dos século XIX, XX e XVIII como cartas de alforrias, testamentos, entre outros. Os estudantes que visita o memorial têm acesso a uma vasta bibliografia composta por livros, revistas, folders e HQs sobre a balaiada e sobre a história de Caxias e do Maranhão. O museu memorial é formado por dois ambientes: o ambiente ao ar livre, onde fica as ruinas do forte e as esculturas dos líderes balaios e o ambiente fechado, que é a visão tradicional que temos de museu, abrigado pelo prédio físico.

As ruínas remanescentes do forte dão uma dimensão da extensão, dos compartimentos e do material usado em sua construção. As paredes de um dos compartimentos estão quase intactas e o piso está bem conservado. Alguns objetos foram achados nas escavações arqueológicas feitas nas ruinas em 1997, pertencentes em sua maioria aos militares. Foram encontrados ferragens, moedas, botões, insígnias, restos de armas, balas, chaves, cachimbos, fragmentos de ossos humanos, dobradiças e moedas.

 Os objetos do acervo permanente é formado por 418 peças em sua maioria do século XIX doados por famílias caxienses, com destaque para a representação de uma sala de estar de uma família portuguesa da elite caxiense. A sala montada com piso de madeira no fundo do salão de exposição possui os seguintes objetos: uma quadro de Gonçalves Dias de 1865 de autoria do pintor francês Edouard Vienot, fotografias, porcelanas, pratarias, relógios, cadeiras, mesas, oratório, piano, lavabo, jarro, bacia, gramofone, baú, castiçal e tapetes. O acervo possui outros objetos de uso cotidiano como máquina de costura, ferro de passar roupa, caldeirão, panelas, formas, colheres, chaleira, frigideira, armas de fogo, espadas, chaves e grilhões.

Os objetos que remetem à memória e a história dos balaios como quadros e paneis, maquete, cuias, cabaças, machados, lamparinas, pilão de madeira, cestos de palha, potes e esteiras feitas da palha do babaçu foram encomendados pelo museu. Os líderes balaios Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (Balaio), Lívio Lopes Castelo Branco, Raimundo Gomes vieira (Cara Preta) e Cosme Bento das Chagas (líder Negro) são representados por esculturas de argila que ficam na parte externa do museu. 

Outros objetos remetem a história de Caxias, uma xilogravura que narra a história da cidade, da artista plástica Tita do Rêgo silva, e um conjunto de paneis com informações de personalidades ilustres, como o poeta Gonçalves Dias, pontos turísticos e prédios históricos da cidade. 

A Balaiada

Um breve resumo

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A balaiada foi um movimento popular que eclodiu na província do Maranhão entre os anos de 1838 a 1841 e se estendeu pelas províncias do Piauí e Ceará. Segundo Janotti (2005) a revolta da balaiada insere-se em um contexto de insurreição das camadas populares marginalizadas

A emergência de um discurso das camadas sociais marginalizadas, de forte conteúdo social, permeava, de muito, as fórmulas de protesto do discurso liberal empregadas nos manifestos e proclamações revolucionárias. Nesse clima de avanço e recuos da construção do poder, surgiu a Balaiada em 1838. (JANOTTI, 2005, p.54)

 É considerada uma das maiores revoltas populares do período regencial devido a participação de diferentes sujeitos de grupos sociais diversos como fazendeiros, artesões, vaqueiros, escravos, mestiços, indígenas, negros alforriados, e pequenos agricultores. O movimento iniciou-se a partir da invasão, liderada pelo vaqueiro Raimundo Gomes, a uma cadeia no vilarejo Vila da Manga na província do Maranhão para libertar alguns companheiro que tinham sido alvo do recrutamento forçado que era imposto as populações pobres. O nome do movimento, Balaiada, é uma referência aos cestos produzidos por muitos dos participante da revolta chamado de “balaios”. Os principais líderes balaios foram o vaqueiro Raimundo Gomes, o Cara Preta, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, o Balaio, e negro Cosme.

Conforme Mateus (2018) a Balaiada, foi uma luta contra a miséria, escravidão, autoritarismo, maus-tratos, abusos de poderes e injustiças que marcavam a sociedade da época. Dentre os motivos que levou a participação dos grupos sociais menos favorecidos estavam: conflitos entre os pequenos agricultores e grandes proprietários de terras, descriminação devido a cor da pele, os recrutamentos obrigatórios e a luta contra a escravidão.

Alguns fatores colaboram para explicar a origem da Balaiada, a exemplo dos conflitos intraoligárquicos, isto é, entre a própria elite, que se expressavam entre liberais e conservadores, assim como nas disputas regionais, entre elites locais e a oligarquia que monopolizou o poder regional; assim como o recrutamento forçado, que representava para as classes subalternas livres o tributo mais pesado entre todas as contribuições que a Corte determinava para implementar a centralização e a estabilidade política. A oposição ao “Pega”, símbolo de todas as arbitrariedades, serviu como bandeira de luta capaz de incentivar “os homens de cor” (MATEUS, 2018, p. 27)

Os interesses políticos partidários, de segmentos da elite engajados na balaiada, tinham outros interesses no movimento como a luta contra a exclusão política. Assim como acontecia a nível nacional havia uma disputa acirrada entre o Partido Liberal e o Partido Conservador conhecidos na província do Maranhão como “Bem-te-vis” e “Cabanos”, respectivamente. As disputadas políticas partidárias acirram-se quando os cabanos passaram a ocupar a maioria dos cargos públicos excluindo os bem-te-vis

Com isso, os cabanos em vantagem, iniciam uma onda de perseguições políticas ao bem-te-vis na província maranhense, revelando os primeiros sinais da investida regressista tecida no império. Durante o conflito entre cabanos e bem-te-vis, outro movimento se originou composto por diferentes segmentos sertanejos (vaqueiros, pequenos agricultores, artesãos) que mesmo influenciado pelas ideias liberais, permaneceram com características próprias. (MATEUS,2018, p. 28)

 A cidade de Caxias, Maranhão, invadida pelos balaios em 1° de Agosto de 1839 foi palco final do conflito. Depois de vários embates entre os balaios e as tropas comandada por Luís Alves de Lima e Silva a balaiada foi sufocada em 1841. Os líderes balaios foram presos, mortos ou expulsos da província.

 Segue em anexo link do curta metragem animado sobre a balaiada produzido pelo Museu da Memória Audiovisual do Maranhão. Link: https://youtu.be/A7B-ExplAvg

Referências

ASSUNÇÃO, Matthias Röhrig. A memória do tempo de cativeiro no Maranhão. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/tem/v15n29/04.pdf. Acesso em 03/04/2020.

JANOTTI, Maria de Lourdes Monaco. Balaiada: construção da memória histórica. Disponível m http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742005000100003. Acesso em 03/04/2020.

Mateus, Yuri Givago Alhadef Sampaio. A Guerra da Balaiada. São Luís, 2018. Disponível em http://www.ppghist.uema.br/wp-content/uploads/2016/12/Paradid%C3%A1tico-Yuri-vers%C3%A3o-p%C3%B3s-banca.pdf. Acesso em 03/04/2020.

SOUSA, Adriana Barreto. O resgate do que se desmancha: a cartografia da pacificação da Balaiada. Rev. TOPOI, V.9, N. 9, Jan-jun. 2008, p. 233-257.

Uso das tecnologias digitais no ensino de história

Museus virtualizados como recursos

Mobirise

Cada vez mais defende-se o ensino de história a partir de pesquisa com fontes históricas exigindo que nós professores dotemos os alunos com a capacidade de pensar historicamente a partir da fontes históricas, autores como Almeida e Vasconcellos (2017), Bittencourt (2017), Knauss (2004) e Barca (2004), entre outros, defendem o ensino e a aprendizagem de história mediado por documentos. A aproximação do ensino da disciplina com os métodos de construção do conhecimento histórico é o grande desafio metodológico enfrentado por nós hoje, “compreender a história com base nos procedimentos históricos tornou-se um dos principais desafios enfrentados pelo professor no cotidiano da sala de aula.” (CAINELLI & SCHMIDT, 2009, p.53). Sabemos que a escassez de fontes na sala de aula é uma desafio que enfrentamos para proporcionar um aprendizado pautado na autonomia e na capacidade crítica dos alunos interpretar as diversas fontes que se apresentam no cotidiano, seja em um museu ou nos diversos patrimônios edificados, que são fontes de memória e de representação do passado. A virtualização de museus, e de outros patrimônios materiais, podem dinamizar e enriquecer as aulas de história uma vez que, mesmo que virtualmente, coloca alunos e professores em contato com esses espaços que suporte de memória.

 Nesta perspectiva, os museus virtuais apresentam-se como uma recurso com diversas possibilidades para o ensino de história. É um recurso que possibilita acessar fontes históricas como documentos, mapas, fotografias, cartas, testamentos e outras fontes matérias. “Os museus virtuais e os cibermuseus constituem-se como importantes espaços formativos para pensar outras formas de abordar o conhecimento histórico no cotidiano escolar.” (COSTA, 2015, p.255). O acesso a museus virtuais, com finalidades pedagógicas, mesmo com as limitações, possibilita outras formas de apropriação do patrimônio musealizado e novas perspectivas de aprendizagem mediada por pelos ambientes virtuais. Aproveite a visitação virtual para problematizar os usos dos recursos digitais, pergunte aos alunos quais os usos das tecnologias na vida deles? Como eles usam ou se usam esses recursos para aprender? Questione se todos têm acesso aos recursos tecnológicos as chamadas TDIC’s.

Referências

ARRUDA, Gilmar. Para que serve o ensino de História? Rev. História e Ensino, Londrina, V. 8, edição especial, p. 37-45, out. 2002.

BITTENCOURT, Circe (org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo:
Contexto, 2002.

FUNARI, Pedro Paulo. A.; Memoria, Histórica e Cultura Material. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 13, nº25/26, p. 13-31, 1993.

GUIMARÃES, Selva. Didática e prática de ensino de história. 13ª ed. ver. e ampl. Campinas, SP: Papirus, 2014.

KNAUSS, Paulo. Sobre a norma do óbvio: a sala de aula como lugar de pesquisa. IN. Repensando o ensino de História / Sônia L. Nikitiuk, ( org) 8° edição. São Paulo Cortez,2012. P. 29-50

MATOS. Isla Andrade Pereira de. Educação museal: o caráter pedagógico de museu na construção do conhecimento. Brazilian Geographical Journal: Geosciences and Humanities research medium. Ituitutaba, v. 5, n. 1, p. 93-104, jan. 2014.

MENESES, Ulpiano T. Bezerra. Educação e museus: sedução, riscos e ilusões. In: Ciências e letras. Revista da faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras, nº 27 (jan/jun 2000).
NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Projeto História. São Paulo: Editora PUC, 1993, p.7-28

SCHMIDT, Maria Auxiliadora, CAINELLI, Marlene. Ensinar história. São Paulo: Scipione, 2009. 

Localização

Memorial da Balaiada

Endereço:
Av. General Sampaio, 297-339 - Cangalheiro, Caxias - MA, 65604-370

Memorial Virtual:
www.memorialvirtual.com

E-mail:
e-mail

Memorial Virtual - www.memorialvirtual.com
E-mail para contato: museuvirtualbalaiada@gmail.com


Créditos das imagens: Christian A. Kürten/Giro360




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O Museu Memorial da Balaiada, inaugurado em 2004 está localizado na cidade de Caxias no leste maranhense. É definido como um centro educativo cultural, formado pelas ruínas do forte remanescente do século XIX, pelo museu escola e por um centro de documentação. O centro de documentação funciona como biblioteca, possui em seu acervo documentos dos século XIX, XX e XVIII como cartas de alforrias, testamentos, entre outros. Os estudantes que visita o memorial têm acesso a uma vasta bibliografia composta por livros, revistas, folders e HQs sobre a balaiada e sobre a história de Caxias e do Maranhão. O museu memorial é formado por dois ambientes: o ambiente ao ar livre, onde fica as ruinas do forte e as esculturas dos líderes balaios e o ambiente fechado, que é a visão tradicional que temos de museu, abrigado pelo prédio físico.

As ruínas remanescentes do forte dão uma dimensão da extensão, dos compartimentos e do material usado em sua construção. As paredes de um dos compartimentos estão quase intactas e o piso está bem conservado. Alguns objetos foram achados nas escavações arqueológicas feitas nas ruinas em 1997, pertencentes em sua maioria aos militares. Foram encontrados ferragens, moedas, botões, insígnias, restos de armas, balas, chaves, cachimbos, fragmentos de ossos humanos, dobradiças e moedas.

 Os objetos do acervo permanente é formado por 418 peças em sua maioria do século XIX doados por famílias caxienses, com destaque para a representação de uma sala de estar de uma família portuguesa da elite caxiense. A sala montada com piso de madeira no fundo do salão de exposição possui os seguintes objetos: uma quadro de Gonçalves Dias de 1865 de autoria do pintor francês Edouard Vienot, fotografias, porcelanas, pratarias, relógios, cadeiras, mesas, oratório, piano, lavabo, jarro, bacia, gramofone, baú, castiçal e tapetes. O acervo possui outros objetos de uso cotidiano como máquina de costura, ferro de passar roupa, caldeirão, panelas, formas, colheres, chaleira, frigideira, armas de fogo, espadas, chaves e grilhões.

Os objetos que remetem à memória e a história dos balaios como quadros e paneis, maquete, cuias, cabaças, machados, lamparinas, pilão de madeira, cestos de palha, potes e esteiras feitas da palha do babaçu foram encomendados pelo museu. Os líderes balaios Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (Balaio), Lívio Lopes Castelo Branco, Raimundo Gomes vieira (Cara Preta) e Cosme Bento das Chagas (líder Negro) são representados por esculturas de argila que ficam na parte externa do museu. 

Outros objetos remetem a história de Caxias, uma xilogravura que narra a história da cidade, da artista plástica Tita do Rêgo silva, e um conjunto de paneis com informações de personalidades ilustres, como o poeta Gonçalves Dias, pontos turísticos e prédios históricos da cidade.